"Eis
que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como
a serpente e simples como a pomba" (Mateus 10.16)
Se eu soubesse... ah se eu soubesse... pelo menos soubesse que estou no meio dos lobos. Estes são meus companheiros de todas as horas. Lobos fantasmas e famintos. Vejo os que se arriscam encarar lobos sem reflexão e não sei ao certo se é risco de dor ou prazer. Um amigo diz que é liberação da sombra interior. Não conclui ainda se a sombra esta mesmo dentro, lá fora ou sou eu mesma.
O que
existe são as regras da vida, impostas sei lá por quem que um dia, achou que devíamos obedecer
comportamentos ditos adequados.
Desde
este dia, estamos aqui sofrendo com o massacre da serra elétrica todas as vezes
que estamos sozinhos. Não suportamos a nós mesmos. A regra diz que não podemos
nem devemos ficar sozinhos.
Artifício
ou artimanha para fugir do fato de que estar sozinho significa ter que encarar
as deficiências, as do corpo e as da alma, e não conheço muita gente preparada
para isto. Somos enganos de nós mesmos e importante mesmo é ter para onde voltar para antes
que se acostume a ficar sozinho.
Ter para
onde voltar significa certamente completude, encerramento de ciclos, pequenos
fechamentos o que possibilitam qualquer alma boa refazer os caminhos e corrigir
as rotas. Lógico para não ficar sozinho.
Mas sei
lá mesmo o que fazer. Saber, de sabedoria é não saber onde chegar mas saber como ir em
frente. Será que sou realmente lúcida ou estou aqui por enganos. Sei que engano mesmo é acreditar que poderei saber
algum dia o que fazer por aqui.
Devo
porém obedecer o versículo, me mantendo na simplicidade da pomba e na prudência
da serpente, para ganhar não sei o que, chegar não sei aonde, viver não sei o
que... navegar, apenas navegar... “navegar é preciso” já dizia outro poeta. Não
sei bem o que expressar, estou confusa mas preciso me agarrar em algo. O versículo,
a poesia ou a loucura.
Glaucia Ribeiro
Agosto_2012
Glaucia Ribeiro
Agosto_2012
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