Que todo tempo diga sim à razão
Que o vento toque esta nau
Que a vida seja emoção
Remoção
Remissão
Silente
Até um dia
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
REMISSÃO
AMAR INSANO
Amar sem dano é amar insano
Amar com alma, com o corpo
Amar em canto, sagrado e o profano.
Amar sem dano é correnteza suave
Tempestade noturna
Orvalho de manhã.
Amar sem dano é embebedar-se em loucuras felizes
É oferecer só pelo prazer de dar.
É viver e deixar-se morrer de viver.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
APENAS A FAVOR
Que nele as crianças tenham direito ao leite, ao pão e também à fruta e ao Toddy
Que de cada lado saia alimento para a boca do faminto
Que receba educação para a alma, povo que sabe sorrir das próprias “danuras”!
Sou a favor de que as pessoas leiam mais poesias para melhor saber viver
Que sejam mais generosas
Que não peguem o que não é delas
Que pensem nas crianças que precisam crescer e fazer um mundo melhor
Sou a favor de gestos mais simpáticos
Que dancemos gentilezas para com o próximo
Que todos os escândalos sejam apenas por beijo de língua em “restaurante de família”
Que escandalizem-se somente aqueles que não toleram diferenças
Sou a favor de um mundo em que todos recebam o bem que merecem
Que levem as reprimendas ou as remissões que necessárias
Que saibam rezar por dias mais justos
Que lutem por sóis mais democráticos
Sou a favor de meu próprio sonho.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
SÉRIE: CRÔNICAS DE MINHA VIDA
Me matricularam numa escola próxima. A única escola da zona rural em que morávamos.
Minha professora (soube a pouco tempo que desencarnara) chamava-se Tia Ilma. Eu era o dodói dela. Pequenina, cabelo de ouro, olhos azuis . Naquele tempo eram azuis e não verdes como agora. Não sei se mudara a percepção das pessoas ou se menina pobre de roça é bazé mesmo e qualquer olho claro é coisa de princesa reverenciada. Não sei se já sofria bullyng por ter biótipo de boneca da estrela. Lembrando, só tinha marca Estrela neste tempo.
Mas aqui a prosa e outra. É sobre a escola. Ou sobre uma estrada!
Minha mãe, tinha muitos afazeres e terceirizava a tarefa de me levar a escola ao meu primo, moleque mal educado literalmente ( a mãe dele dormia durante o dia pois trabalhava a noite em lugar que naquele tempo nem imaginava existir).
Meu primo era sádico em fazer maldades comigo. Além de me fazer chorar criticando minha branquelice fazia coisas que minha mãe não sabia. Mas não me lembro.
A única lembrança consciente que tenho é que para ir a escola era necessário atravessar pato, mato e caminhar numa estradinha que tinha vacas. Eu tinha muito medo, mas ele prometia que me levaria até atravessar a rodovia. E la ia eu, tagarela, contando histórias ao meu primo grande (ele deveria ter 16 ou 17 anos).
Quando no fim da historia, silêncio... Olhava para trás e meu primo havia me enganado me deixando sozinha no trieiro, no meio dos vacas. O fato é que ele parava, dava meia volta e ia embora sem que eu percebesse.
Ao descobrir isto eu voltava chorando e com medo pedindo ajuda que ele prometia e não cumpria. Sei que um dia ele levou umas chineladas de minha mãe, que achei ótimo, mas não sei dizer se foi por me deixar sozinha na estrada.
A sorte é que não me lembro de amar meu primo. Só me lembro que o ajudei e à família dele quando em dificuldades alguns bons anos depois. Mas continuo não amando- Devo voltar para minha estrada, onde permanecerei até a próxima viagem.
Minha violência nada mais é do que auto-defesa deste sol e desta poeira que me castiga na estrada.
Perdoe-me a dureza de meus espinhos.
by Glaucia
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
(IN)VISTA NA MADRUGADA
domingo, 10 de novembro de 2013
SOL
O sonho é o sol
O só é solidão em dó ré mi
O meu é o seu
O céu e o gosto do mel
Do ontem, do hoje ou jamais.
O sonho é o ponto
O pronto para o canto envolvido em manto
Do amanhã
Ou não
Ou sim
Em mim
Em ti
Em si
ONDE ESTÁ MEU SONHO
Solidão finda o sonho.
Faca afiada rasgando no peito a dor amarga do fel.
Viverei a raiva e injustiça até secar a mágoa
E saberei dizer onde está o sol de um abandono.
Em pleno dia
Em plena vida
Sou bicho ferido abandonado na estrada!
Grito desesperadamente meu sonho.
Esconde-se n'algum canto sombrio ou sagrado ?
Sob luzes tremulantes e inseguras na espera do calor do sol e da guerra.
Aonde estará meu sonho?
Sob efeito anestésico finge-se dono
Bêbado na igonância do porvir
Na calada da noite.
Em plena noite
Em pleno leito.
by G.R.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
ORACAO DO TEMPO
Um universo de dor.
Uma ventania sem nexo
sonho não expresso
gosto ácido e púrpura.
O tempo é o meu senhor
Tras para mim o mel
A bênção divina.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
O GOSTO - POR CLAUDIA GARCIA
NOTA MUSICAL
Simples e perfumada
Uma única nota em tom alto,
Quase inaudível e divinamente delicada!
Com gosto de Alpino inalcançável
E os meus sentidos?
A sorver notas a hipnotizar-me
Assim. Algo por dentro e rico!
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
SONHO DE ESTRELA
Sonhos são gotas de orvalho de madrugadinha
Na palma de uma folha ou ponta de uma estrela
No beijo de uma borboleta por sua flor.
É um arco-iris no horizonte
Que num riste se consome
Pós a curva ou da chuva
Ah o sonho é ousadia!
Risco, riso ou dor
Por um pôr
Por do sol, barra de um dia
(En)saio de cena quando o amargor acena
(A)colho o mel de minhas (a)venturas
terça-feira, 5 de novembro de 2013
DOR
Onde tudo isto se perdeu?
Procuro, procuro e não encontro os sonhos de outrora.
Só resta saudade!
Talvez em algum momento me entregue de vez...
De tão triste, nesta época passará toda a luz.
Levará consigo a esperança e a beleza de um dia.
Ficará só um vazio.
Solitário e longo vazio!
ACIDEZ
"Toda despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até q amanhecesse o dia."William Shakespeare
Toda espera do porvir é ácida.
(... amo o ácido. O do tamarindo, o do limão e do seu expressar. )
Provoca dor contudo,
Provoca agradável salivação antes do encontro.
G.R.