domingo, 25 de outubro de 2015

MULHER

Quando puder não mais chamar-te

Quando puder  caminhar de olhos postos no hoje


Sou andorinhas no céu

O grito   saltará do peito
A voz   livre das entranhas

Sou brasas  nas veias

E quando este, o sol se põe
e a barra do dia surge no horizonte


Sou mullher

terça-feira, 13 de outubro de 2015

"ASAS"

Os estados emotivos da alma são proporcionais à nossa capacidade de presença no mundo, onde estes são guias para o bem viver. Ou podemos nos identificar com os pensamentos, como se estes tivessem vida própria, capaz de vida e de morte sobre nossas paixões. o texto abaixo de minha amiga Rejane, ilustra preciosamente a nossa capacidade de sermos livres. "Passarinho tem asas do lado de fora. A gente, do lado de dentro."

Por REJANE NEVES


https://www.facebook.com/rejane.neves.

"Eu estava triste, o coração apertadinho, o tempo chuvoso no rosto. O pensamento andando em círculos em torno de um único ponto. Na berlinda, um daqueles problemas que a gente precisa resolver, mas não tem a mínima ideia de como. Daquele tipo espaçoso, metido à besta, que diz ser maior do que nós e a gente quase acredita. Todo mundo se depara com um mentiroso desses, de vez em quando. Eles não são seletivos, batem em tudo o que é porta. Astutos, encontram um jeito para entrar mesmo quando tentamos impedir. Alguns nem são novos como o impacto do desconforto faz parecer. Reaparecem, de tempos em tempos, com novidades da versão atualizada do seu programa. Novidades que, às vezes, tornam um pouco mais complicado o que já era difícil.

Eu estava lá há um tempão, olhando para o dito cujo, assustada como um passarinho que se flagra num alçapão. Não conseguia ver um fiapo que fosse de outra coisa qualquer além dele. Problema espaçoso, metido à besta, é assim: se a gente lhe der muita confiança, ele monopoliza o tempo do nosso olhar sem nenhum constrangimento. Mas, de repente, eu cansei do cativeiro. Da tristeza. Do aperto. Da chuva no rosto. Por algum lampejo de lucidez, percebi que nada daquilo me ajudaria a solucioná-lo naquele momento, embora fosse o que eu mais quisesse. Só se o gênio da lâmpada aparecesse ali e me concedesse um pedido, mas como a lâmpada mais próxima ficava no lustre, desconfiei não poder contar com aquela alternativa. Foi aí que peguei caderninho que uma amiga me deu (trouxe da Europa).

Comecei a escrever meio desanimada, um rabisco aqui, outro ali, a emoção atrapalhada pelos respingos da tristeza, mas sem me importar com o detalhe de não saber escrever de verdade. Depois de alguns minutos, envolvida com a brincadeira, eu já não sentia tão intensamente o peso do tal problema, aquele que eu não poderia resolver de uma hora pra outra. Não demorou para que o meu coração ficasse mais solto e o tempo chuvoso me desse uma trégua. Não foi mágica, apenas uma mudança consciente de foco. Troquei de canal para levar minha vida pra passear um pouco. Para soprar algumas nuvens. Para respirar melhor. Ao permitir que o pensamento se dissipasse, abri espaço para mudar meu sentimento. O problema continuava no mesmo lugar; eu, não. Nós nos encontraríamos outras tantas vezes até que eu pudesse solucioná-lo, mas eu não precisava ficar morando com ele enquanto isso.

Os pensamentos preparam armadilhas pra gente. Ao cairmos nelas, nos enredamos de tal maneira que esquecemos ser capazes de sair de lá. A vastidão da nossa alma fica reduzida a um cubículo, como se não tivesse espaço suficiente para abrigar uma variedade de sentimentos. Passamos a nos comportar como se tivéssemos apenas um lápis de cor e não a caixa inteira. Nós nos apegamos a alguns pensamentos e lhes conferimos exclusividade. Nós lhes damos o cetro e a coroa e afirmamos o seu poder sobre as nossas emoções. Ficamos presos neles, feito passarinho quando cai no alçapão. A diferença é que, por mais que tente, ele não pode sair de lá sozinho, ao contrário de nós. Passarinho tem asas do lado de fora. A gente, do lado de dentro.

Ps: uma amiga me perguntou:
-porque você posta textos tão grandes,? ninguém lê!
Eu só sei rabiscar com sentimento inteiro..."

Obrigada Rejane por tão bela reflexão. Estamos juntas nesta.
Glaucia Ribeiro

domingo, 11 de outubro de 2015

MEDO

Eis que dói o medo.
Vermelho,
Sangue,
(Feito jorro das entranhas), pulsa!
Pulsa (de vida ou de vergonhas ) viceral Entrega-se  em morte no leito!
Sombra e dor a rasgar-se de prazer.
Foto:
"Onde há  medo há  prazer." Por Nilton Ferreira
(Em cabaça e papel mache)

domingo, 4 de outubro de 2015

DEUS, HOMEM E O DIABO

Poetas, filósofos, psicólogos, mestres de todas as formas e tipos de ciências  têm  se esforçado ao longo da humanidade para compreensão melhor do Homem, de Deus e do Universo. De fato no "frigir dos ovos" sempre chegamos ao mesmo ponto: Somos ao mesmo tempo Deus, Homem e o Diabo (Título de uma das obras de Reich). Um ser completo  em amor divino, sabedoria e trabalho.
Nos dias de hoje parece que cada vez mais estamos nos perdendo em identidade  e em conexão  com esta singularidade.  São  tantas as razões que podem estar em nossa educação, nossos vínculos primordiais, nossa louca sociedade do consumismo. Não  importa muito. A vida é  esta que temos para viver e neste contexto talvez precisemos de ajuda realmente.
A psicoterapia nos favorece a tomada de conciência  desta dimensões, facilitando a autopercepção sobre esta tríade. Quando estamos capazes de compreendermos o que pensamos, o que sentimos e o que fazemos podemos integrar estas dimensões  e por sua vez nos mantemos em sintonia com as regras do universo. A vida se expressa em energia pura que precisa circular nestas três dimensões  por uma só  "avenida", a auto percepção.
Quem quiser, palavras chaves para estudos:  Reich, Lowen, Bionergetica