Lisboa_vista_do_Tejo |
Acordo as 4 da manhã...
Os pensamentos malditos povoam
minha mente, meu sono, minha cama, meu peito. Não posso me deixar morrer. Levanto-me, esperneio, não permitirei perder me nestas curvas
de medo. A madrugada faz tudo ficar maior. Superdimensão de mim mesma... ou
seria apenas dos meus medos? Só me rendo quando não tiver mais vida em meu
corpo e souber que meu espírito não precisa mais da luta.
Sei que todas as coisas que passo
é pela necessidade de minha alma, mas não quero passar. Reporto-me ao
sofrimento de cristo que mesmo sendo o maior amor em carne viva que já passou
por aqui, pediu ao pai que lhe afastasse o cálice de sofrimentos.
Quão belo é o cálice! Não há o
que temer! O cálice é dolorido, mas não importa para o presente. Ele trará a sabedoria que precisaremos
para a próxima luta. Chegará o dia de partir, morrendo-se um pouco, vivendo-se
para futuro. Incerto e promissor, sempre promissor.
O faz o futuro promissor é a
esperança. Esta é a única consolação da humanidade. Se não houvesse a esperança
não haveria o fogo, a escrita ou cura de doenças perniciosas. Não haveria
choro, soluços e risos. Os malditos
pensamentos, como cupins, são apenas sabotadores da esperança. Afundam o ser ou
o levanta da lama.
Em lama o ser se banha, se sanha,
se lambuza. Não há o que temer viagens por lugares prazerosos, de dores amanhã,
de sinapses estúpidas, irrefletidas e bêbadas. O que seria se não fosse a
esperança?
Acordo e rezo, rezo, peço o que
quero, peço aos anjos que se faça como for possível.
Glaucia, setembro de 2012. Dedicado ao nosso amigo português, Zé Luis que me ajuda nesta inspiração.
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