domingo, 30 de setembro de 2012

"tocando em frente" a despeito de tudo!

Face de Deus representada em carnes, ossos e sangue. Face de Deus em esperança, sonhos, lutas e guerras.

De peito aberto, alma em punho, um ser caminha sem consciência na direção da sabedoria. Erros, acertos, loucuras lúcidas, em caminho sem fim, tristezas sem fim, lembranças sem fim, sonho sem fim (sono sem fim?)
Faca afiada, lâminas  fazem cortes profundos que se curam sozinhos deixando cicatrizes, porém deixando a pele resistente. O importante mesmo é para onde segue, o sangue, os pés ou a mente.
Para onde vai? Sem rumo, sem letra, sem vontade, para o sul ou para o norte, carregando na mochila a experiência que pesa agradavelmente sobre os ombros. Pesadamente sobre os ombros?  
Sem saber,  segue caminhando, acompanhado por fantasmas sem sombras, sombras da própria alma? Sombras tortas, tortuosas, como as árvores secas do cerrado. Árvores tortas, mortas em frutos, de seiva profunda e escassa que nutre pela sobrevivência.
A pele, forte pelas cicatrizes da navalha, lâmina afiada que reluz, quebrando  luz em mil cores e amores, espalhados sem destino.Ja a seiva, nutre e não alimenta. A fome é maior. Enganam, a seiva fraca e alma desnutrida! Ilusão que alimenta homens e bichos , homens ou bichos, bichos homens. O ser que é torto de fome e feio de cicatriz,  segue como se assim nao fosse
By Glaucia -  Setembro/2012

domingo, 23 de setembro de 2012

FEITIÇO & ILUSÃO



A ilusão é um feitiço que tem como efeito a sensação de embriaguez. Sensação divina e dos deuses. Quando o feitiço vai passando  descortina-se a mente. A luz do dia, claro, dói. Penetra como faca afiada os olhos. O sentimento da liberdade que se instala torna-se angústia de abstinência.
Como se um dia o ser acorda de um grande sono. O corpo ainda preguiçoso a mente ainda presa aos sonhos. Mas é preciso “ver” com os olhos do corpo e da alma o que a realidade proporciona.
Não sei quanto a você que me lê agora, mas sou um mestre em distorcer a realidade na direção dos meus propósitos. Quanto quero algo, eu “vejo” este algo, “pego”, penso neste algo quase cem por cento do meu temp. Tenho até lembranças deste algo.  Isto tem sido para mim um método de conseguir o que desejo, porém, é também uma armadilha quando se faz necessário mudar de querer. Já que muito do que um homem deseja não passa de ilusão, por vezes egocêntrica.
Acho que sou como as baratas...  Não desisto nunca. Li em algum lugar que é mito que as  baratas sobrevivem a radiação nuclear, mas é fato que elas são mais resistentes que os seres humanos e que os outros insetos de sua categoria. Existem  algumas bactérias e musgos que sobrevivem realmente à bomba atômica. A despeito de baratas portanto, acho que assim sou  diante das intempéries da vida e das ilusões. Teimosia, sabedoria, teimosia, coragem, teimosia...
Na tempestade da ilusões, teimosa ponho vistas no o mundo em minha volta e o que vejo são pessoas perdendo seus empregos, os preços do tomate e da carne pela hora da morte. Outras pessoas envolvidas com seus problemas sentimentais, outras com drogas, outras com seus pais de santo. Algumas usam a ultima moda e não percebem um palmo abaixo do nariz. Eu disse abaixo do nariz!!! Especialmente outras, perdem poder que pensam estar exercendo.
Injustiças para todo lado e queixas e mais queixas. Não suporto queixas! Fico refletindo se sou como as baratas, de outrora, ou os musgos ou as bactérias de agora. Eu quero sobreviver em cima do lixo radioativo. Meus problemas me são menores ou sou indiferente, não sei ao certo. Sei que não tenho tempo para eles. Preciso trabalhar para sobreviver e preciso respirar para dar conta das decepções que teimam em me queimar a alma com frequência.
Assim, distorcendo a realidade, sob o feitiço das ilusões, escolho fechar os olhos, mudar de assunto, por o foco no que quero. O tempo,  preciso investi-lo em solução. Certamente o preço não é menor do que a desilusão quando vai se passando o efeito do feitiço. Acho que feitiço tem prazo de validade.
By Glaucia, set/2012

MEU ANJO FERNANDA



A força muitas vezes vem em forma de anjo, anjo em forma de gente, gente em forma de beleza.
As vezes a beleza trás outras por dentro, outras belezas infinitas e pode vir ainda em formas de lágrimas de emoção, de sorrisos ou de gestos exagerados para marcar empatia.
As vezes as lágrimas são daquelas  que acontecem após um frio na espinha ou então  após muito falar de amor sem sentido. Quase sempre vem  depois de uma sensação qualquer de desonra,  mas  sempre para lavar como bálsamo a alma que em esperança e fé se refaz e reconduz.
Mas o sorriso... ah o sorriso! Este, certamente esta presente durante o perdão, como símbolo e tradução da generosidade, humildade e sabedoria que. Estas são coisas que só um ser de luz ou que se não for feito só de luz, nela se transforma apenas para iluminar nossa vida!
Gratidão, é a única palavra que ouso utilizar, mesmo que frustrada por nao conter tudo que gostaria de experessar-te neste instante!
De Glaucia para Fernanda, em 23 de setembro de 2012.

sábado, 22 de setembro de 2012

EMPRESTIMO: DA SOLIDÃO DO POETA

De  infinita beleza, emocionante e silenciante, roubo os versos de um poeta não menos silencioso, calmante como poeta!

A SOLIDÃO DE UM POETA

A luz que gerou o poeta, disse:
“- Tu serás sozinho, sonhador,
andarás por campos floridos,
porém aos seus olhos,
descoloridos...”

A mesma luz, da mãe que gerou sua vida,
na escuridão, se apoderou escondida...
o futuro poético, é solitário....
seus conceitos, e pensamentos,
são diferentes, um simples atalho
para a chegada de um infinito,
que vem vazio....

O poeta nasceu solitário, se fez palavras,
conceituou, e não amou...
colocou em seus versos
em verbos adversos
e adjetivos contrários da felicidade...

O por do sol é o princípio de seu dia...
o racional é presente,
é raio que irradia,
a noite que cai contente....

Cadê a luz que gerou o poeta?
Não existe mais e sua chama
é incompleta....

Esse poeta é mesmo
um sonhador de pés no chão...
anda a esmo,
cantando a realidade, a solidão...
De pedra é o órgão mais cantado,
porém esquecido, largado,
não sabe dizer sim, apenas não,
é a palavra negativa
que sai do coração....

Eduardo de Sá Dehira

SAUDADE



Conheço gente que não gosta deste tema. Pois acho fantástico. Quem não sentiu o cheiro de terra molhada por estes dias e não ficou com saudade de alguma coisa que nem sabe o que é? 
Saudade, pelo menos no conceito de meus estudos científicos, é a manifestação fisiológica e/ou mental  a um estimulo minemônico. O estimulo pode ser externo, um perfume, um som, uma foto... ou interno, uma lembrança apenas. Estes "estimulos" provocam as sensações agradéveis, que podem gerar angústia ou ansiedade dependendo de como forem "tratados" pelo ser saudoso. O fato é que a saudade indica que o objeto está presente hoje, aqui e agora no cerébro de quem esta com saudade.  Ou seja, saudade não tem haver com morte, mas com a vida e com a presença de algo ou alguém ou as duas coisas.SAUDADE é saudável.

Saudade
É  fogo no coração
Vontade no abraço
Saudade
De tempo não vivido
De  desconhecidos
De mundos distantes
Saudade
Do cheiro do orvalho
Do barulho da chuva no telhado
Do leite quente pela manhã
Saudade
Do que não foi dito
Do que não foi pensado
Do que foi provado pelo sabor
Saudade
Das palavras não ditas
Das vergonhas esquecidas
Da coragem ou  da intimidade
Saudade
Da terra e do beijo molhado
Do riso abafado
Do passado
Do presente
Do amanha
Saudade...
Glaucia, set/2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O FENECER



O que não tem fim no final está. Ou não.
As coisas não se acabam, elas se transformam. A mente gira, roda, o ar quente entra preguiçoso pelos pulmões. Em dor dramática, de cotovelo ou da alma, que amarra o estomago.
Mágoas, águas, rolam em lágrimas de sal ou de açúcar, dissolvendo-se no vento, na cabeça de vento, de tormento, em pensamento absurdo, desconexo.
Assim, a meia noite, ao meio dia, até o por do sol, que espera pelo dia seguinte, como mais um sopro de esperança singela que se manifesta em pensamentos otimistas e racionais alternados com tristezas infinitas.
Oh que dia terá fim? Quando será o momento do descanso, do sono reparador, do navegar em águas mansas? O momento do remanso, em braços firmes, brados mansos de cheiro quente.
Será o dia da liberdade. Voo sobre perdas e perdidos anseios até o esquecer! Até o fenecer! Até o perecer! Até o amanhecer!
By G.R. 
Set.2012