domingo, 29 de setembro de 2013

NA PONTA DO NARIZ

Que a cegueira que te turva os olhos, seja apenas sua.
Que a nuvem de ignorância que te bloqueia a mente seja para ti  o próprio caminho.
Ainda que grite, diante do universo, não reconheces o divino.
Ele  está no coração e não na ponta do nariz.
Na  ponta do nariz talvez só exista arrogância de quem se esconde construindo imagens no caminho dos menos previdentes.
Ou beleza de quem crê no amanhã e enxerga com o coração.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

LUA DOCE

Respiro a verdade destes dias
Marcas de um tempo que se vai (se esvai)
Escorregam-me as memórias
(Correm, movem-se)
Cristais nos olhos, de luz!
Tons de todas as cores, flores e perfumes.
Sons de todos os odores e sabores
Suspiro a verdade destes dias.
Com os pensamentos soltos
Soltam-me aos ventos
De tempo (Em tempo)
Vagam-me em noites escuras
Luas cúmplices
Olhos doces


MOTIVOS

Admiro-te, pois,
És belo!
Garoto, menino!

Sondo-te, pois,
És triste,
Quieto, solitário.

Ouço-te, pois,
És melodia
Grito, inocência

Sorvo-te, pois,
És pedra bruta
Precioso, honesto

Ainda que perca parte de ti
Ainda que não se alimente de meus beijos
Tenho em mim a intimidades secretas de minha memória.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

QUASE TIVE UM AMIGO

Acreditei no seu tom,
Em seu dom,
Que jeito bom!
Meu amigo,
Estava comigo!
Feito criança entretida com suas bonecas
Em fábulas,
Histórias,  
Fantasias e doçuras
Estaria comigo

Acreditei...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ABANDONO

O abandono tem  cor prata reluzente,
Cheira a infinito
Ressoa inaudível
Absolutamente ensurdecedor.

Tem um gosto de nada,
Amargo tal qual o doce mais profundo
Gosto feito de vinho, de sangue
Tem o sal e o suor do medo

O abandono é algo meio assim sem dono,
Entardecer um sol inteiro e seus verdes,
Anoitecer uma lua inteira e suas sombras
Enternecer uma vida inteira e suas lanças.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

LANÇAS E JOIAS

Não há julgamento que absolva o engano.
Engano de meus olhos!
Sou todos os meus enganos.
Sou a própria  lança afiada no peito que se confunde em sangue e jóias.

domingo, 15 de setembro de 2013

FICO NA CURVA,


Uma curva se faz vida, viva  sinuosa
Verdes mares e matas em seus contornos
A luz do sol entre frestas roga pela esperança
Um gigante interior dorme por decadas
Perdido em sonhos ou pesadelos
Ataca e recua,
perdido em enganos.
O gigante, todo engano, cansado e só
move-se em curva sinuosa e hesitante.
Só quer chegar ao destino

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

MEL E LUZ

Restam-me os verdes dos mares,
Os verdes dos seus olhos, das matas,
Das inocências e incoerências.
Resta me o azul de uma alma,
O do seu céu,  ou seu mel
Doces favos perfumados como luz.

domingo, 8 de setembro de 2013

TARDE DE DOMINGO

Nada mais triste que uma tarde de domingo.
O sol, em seu amarelo ouro,  baixo como um adeus infinito.
Adeus triste e longínquo...
Fica um tom de saudade nao sei de que.
No pensamento im horizonte e apenas um fio de ouro.
Uma ausência de si mesmo!
Solidão de um universo imenso e estranho.
Penso na solidão de mim e queria, honestamente,  ficar só...
Nao é ruim, nao é tenso, nao é nada.
É apenas uma tardinha silenciosa de domingo.
Glaucia Ribeiro
Foto: Marcos Marinho - tarde goiana.

sábado, 7 de setembro de 2013

MORTE E VIDA

Tens o medo do escuro
Tens o cheiro e o gosto da morte.
Faz frio....
Faz o desejo de que tudo seja apagado.
O escuro que pode apagar  as dores?
Tens em si o medo da morte.
Doce morte da vida, da coragem, da verdade dividida.
Viva a morte das dores, de amores e  senhores!
Viva o apagar da noite, a  escuridão dos anseios,
Viva a tela azul, a luz rósea,  o calor!
Que o medo seja saudade do que foi bom
Que a morte travessia de ilusão
A noite...ah a noite.
Que seja descanso, sonho de liberdade.
Glaucia Ribeiro

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

VERSO DE SETEMBRO

Viver o sempre, no escuro dos dias que voam em setembros secos e floridos. Viver o véu sagrado que somente  protege  dias dos proprios voos.

TODAS AS CORES

Amo-te  todas as cores
Flores e jasmin
Todas plantara em mim
Para sempre amo-te
Em todos os tons perdidos
Em jogos e luzes de noite clara
Sagrado, segredo de nós

A FUGA DA SEREIA

Fujo do  canto da sereia
Do medo da fome que sinto,
Fujo da fartura que desejo,
Da loucura que me finda.
Temo a noite escura que se finda,
Que traz do sol o poder,
Que me ofusque,
Que me assuste,
Que me custe.
Que me custe a alma.

UMA MONTANHA

Amo-te um monte
Uma montanha
Uma vida inteira
Uma morte “morrida”
Uma despedida inteira
Uma saudade imensa
Um adeus completo
Uma distância
Um até logo
Um até um dia
Amote, amo, te, e...

PETER DA VIDA REAL

Todo mundo cresce, menos Peter Pan.
Tem muita gente Peter Pan
Não cresce, não nasce, nem florece.
Assim... não cansa, não amansa, não pensa.
Tem gente que não quer seu ônus, fica sem seus bônus.
Tem gente que não fala, não cala, se espalha.
Todo mundo quer seu mundo.
Alguns apenas moribundos cegos e surdos
Perdem se em lugares imundos
Influenciados por insanos profundos
Sem eiras, beiras e quimeras.