Tens o cheiro rubro de minhas maçãs!
Quente e sólido e o sangue a pulsar-me nas entranhas
Tens o gosto apimentado e voraz de meus sentidos
Fluída e ágil e onda a queimar-me o corpo
Sombras, penumbras, relógios e figuras tremulantes testemunhas nas paredes
Tens o poder dos deuses escondido num canto escuro que se confunde em sala, quarto e cozinha.
Salve o ácido deste vinho, a magia desta dor que cessa, se lambuza, se farta bravia e louca.