domingo, 28 de maio de 2017

DIAS CLAROS

Viver é visão de dias claros num (a)manhã de novos amores
Tolerância não é mais que respeito ao SER
Ingenuidade é a Flor do dia à noite ao dia
Paz é alegria injetada na veia de amantes
Criação é produto do amor que Deus inspira
Fome é promessa de vida em vermelho fogo
Travessia é andar de ponta cabeça nas águas do mar
Espetáculo é chorar a calma do passado que urge
Dias de sol para amantes do mundo é limpar as vidraças do coração
Compreensão é a raiz do desejo maduro
Retorno é tornar se em cinzas ou em cor de mel
Vida é respirar as promessas do universo
Magia aponta alegria crente do porvir
Vontade é no verde de meus olhos que brilham no anseio do outro
Samba é corpo por um triz, um chamariz, um movimento em cheio
Expectativa é sonho de alma agarrada ao laço
Saudade é banquete de inocência pronto para revoada
Disposição é vida pulsando em cores e dores
Sabedoria e maturidade consolada em dias chuvosos
Mato é vontade consumida em pimentas e cheiros
Simplicidade é azeite de dendê no corpo da Bahia, agre e doce
Vergonha é filha do desejo ou da luz que teima em brilhar
Hoje é presença e esperança
Amanhã é completude
Nas asas da brisa de domingo tudo pode acontecer. 
De A a Z, feito criança crescendo, feito bolha de sabão.
By Glaucia Ribeiro

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O MUNDO É ASSIM ( Jovem Guarda)



"O dia se renova todo dia
Eu envelheço cada dia e cada mês
O mundo passa por mim todos os dias
Enquanto eu passo pelo mundo uma vez
A natureza é perfeita
Não há quem possa duvidar
A noite é o dia
que dorme
O dia é a noite ao despertar"
https://www.youtube.com/watch?v=DsBqC43XMBw

quarta-feira, 24 de maio de 2017

ABRAÇO

Vivo em seu riso, sonoro e vibrante
Acordo em um corpo trêmulo de abraço quente.
Caminho pelos lugares secretos de seu silêncio
Estradas e sonhos de noites e de lua  cheia banham me a alma
Tocam os sinos de uma catedral distante...
Encontro seus segredo do peito em olhos lindos e languidos.
Sigo perdido em mim rodopiando e achando me na correnteza de dias sucessivos e prazenteiros.
mai/2017
                     

segunda-feira, 3 de abril de 2017

NOSSO CASO DE AMOR

Esperei dez anos para ter um filho. Queríamos estar preparados financeiramente. A correria do dia-a-dia não nos permitia, a mim e ao meu marido, planejarmos um filho. E a idade foi chegando. Com 33 comecei a me preocupar. Parei com as pílulas e nada. Fiz inúmeros exames e encontraram alguma coisa no meu útero. Uma coisa chamada “petéquia” . Fiz um exame bem agressivo que por si só deve ter desobstruído as entranhas. Na semana antes de fazer o ultimo e mais invasivo, Laborascopia, eu estava grávida.
Foi a melhor coisa do mundo. Eu tinha 35 anos. Tive uma bela gravidez, perfeita, com barrigão. Brava demais. Os hormônios me faziam brava e trabalhava mais que todos e que toda a minha vida.
Meu filho nasceu a termo, de cesariana (estava sentado), com 3,7 kilos, 45 cm, apgar 10.  Agora começam os meus problemas, que vou tentar escrever aqui pois ainda não é fácil para mim.  Ele não pegava o peito. Já estava machucada mas ele só chorava. Na revisão de dez dias tinha perdido 1 kilo.
Entrei com leite Nan. Contava ml em um caderninho . Eu não dormia e ele só chorava. Um dia peguei no berço e dormi abraçada pois ele estava frio. Creio que já estava convulsionado. Vou pular a descrição. Não consigo. Com 12 dias de vida entreguei meu filho na porta da UTI. Na avaliação médica ele morreu muitas vezes. Tinha convulsões em sequência. Um padre deu “batismo condicional”. Para quem não sabe (eu não sabia) é o mesmo que extrema unção.
Ele sobreviveu contrariando os médicos. Disseram que ficaria um vegetal... Ele não ficou contrariando os médicos pela segunda vez. Mas não foi fácil. Teve que fazer uma cirurgia de derivação (uma válvula para garantir a drenagem do liquor no cérebro). Até os 7 meses tinha espasmos mioclônicos. Uma espécie de micros convulsões que duram minutos. Eu achava que estava tendo “sustinhos” de bebê. Eu mal sabia o que viria.
São 11 anos de fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, equoterapia, hidroterapia... eu rejeitei a cadeira de rodas. Rejeitei a escola especial. Eu adoeci. Esqueci que era mulher e vivia como mãe. As deficiências do meu filho eram também minhas. E eu lutei contra o preconceito no berçário, depois na escola. E tinha dificuldades com dinheiro e corria para um lado e para outro. Meu marido, desistiu da mulher e nos separamos. Eu não era mais mulher. Era só mãe de uma criança com paralisia cerebral.
Em abril de 2014,  fui a uma palestra que vi divulgada no jornal. Estava em Goiânia uma terapeuta no método Anat Baniel. Uma promoção de um grupo de mães e fisioterapeutas. Fui a esta palestra e ela falou de 10 princípios básicos do método. Eu anotei cada detalhe e inclusive fui capaz de sintetizar a palestra no meu blog (http://glauciaparreira.blogspot.com.br/2014/04/palestra-metodo-anat-baniel.html). Nesta palestra descobri que tinha que RECEBER  meu filho. Do jeito que ele pode ser. Já estava em processo terapêutico (levei 8 anos para aceitar me cuidar). Decidi que precisava cuidar mais de mim do que dele para garantir seu futuro.
E aí, tudo mudou. Fomos mais felizes, mais sociáveis. Descobri que tinha aprendido muito e que podia até ajudar outras pessoas.  Aprendi que precisamos compartilhar, sonhar junto com quem também sonha. Foi possível olhar em volta e ver os filhos das mães do grupo como meus. Mudei de profissão. Hoje aconselho mulheres como nós a buscar ajudas, a se apoiarem e a olharem para fora. O grupo de apoio pode nos ajudar a caminhar juntas, a descobrir que somos mais que mães especiais. Somos guerreiras num mundo despreparado para o diferente. Juntas podemos lidar melhor com a competição de mães “típicas” sobre os feitos dos filhos na escola. Confesso, tantas vezes senti inveja e de vez em quando ainda sinto, mas hoje tenho aceitação e esperança que me ajudam a viver um dia de cada vez em estado de presença.
A possibilidade de evolução está na relação. Não há outra maneira de nos curarmos das dores da alma senão na relação com outras pessoas com afinidades, desejos e vivências parecidas. Cada uma vai desenvolvendo recursos que podem ser reutilizados e compartilhados. Podemos compartilhar coisas, esperanças, abraços, orações e as vezes apenas compaixão. (Glaucia Ribeiro)

segunda-feira, 13 de março de 2017

CLICHÊ

A vida é um clichê inteiro
Um ato de luz ou de desespero 
É um senão apimentado ou só um perfume de alecrim.

Foto Claudia Garcia

domingo, 29 de janeiro de 2017

ORIGENS

ORIGENS

Eduardo Marinho - aquarelado
É  de raça
De cor
É favo de mel
Sabor de dezembro
Quase verão.
É de berço
De fome
É áspero cascalho
Leito de rio
Quase mar
É de som
De dom
Liguas velozes
Ventania de tempestade
Quase fogo
É de origem
É de ser
É de raiz

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

CORAÇÃO RUBRO

Eu quis o coração rubro sangue em sangrias embriagadas
Quis o peito em sal, sol e sombras uivantes
O perfume de gente viva na lida e
toda a ventania de um parque em deserto
Quis o desterro de um desatino de desconcerto
A ilusão alucinógena da verdade feito agulhas doidas e cerradas.
Eu quis o vermelho lacinante manchado de negro
A loucura fanática na paz de uma mata
Eu quis o som de uma risada sonora e a
força de um canto sagrado.