domingo, 23 de setembro de 2012

FEITIÇO & ILUSÃO



A ilusão é um feitiço que tem como efeito a sensação de embriaguez. Sensação divina e dos deuses. Quando o feitiço vai passando  descortina-se a mente. A luz do dia, claro, dói. Penetra como faca afiada os olhos. O sentimento da liberdade que se instala torna-se angústia de abstinência.
Como se um dia o ser acorda de um grande sono. O corpo ainda preguiçoso a mente ainda presa aos sonhos. Mas é preciso “ver” com os olhos do corpo e da alma o que a realidade proporciona.
Não sei quanto a você que me lê agora, mas sou um mestre em distorcer a realidade na direção dos meus propósitos. Quanto quero algo, eu “vejo” este algo, “pego”, penso neste algo quase cem por cento do meu temp. Tenho até lembranças deste algo.  Isto tem sido para mim um método de conseguir o que desejo, porém, é também uma armadilha quando se faz necessário mudar de querer. Já que muito do que um homem deseja não passa de ilusão, por vezes egocêntrica.
Acho que sou como as baratas...  Não desisto nunca. Li em algum lugar que é mito que as  baratas sobrevivem a radiação nuclear, mas é fato que elas são mais resistentes que os seres humanos e que os outros insetos de sua categoria. Existem  algumas bactérias e musgos que sobrevivem realmente à bomba atômica. A despeito de baratas portanto, acho que assim sou  diante das intempéries da vida e das ilusões. Teimosia, sabedoria, teimosia, coragem, teimosia...
Na tempestade da ilusões, teimosa ponho vistas no o mundo em minha volta e o que vejo são pessoas perdendo seus empregos, os preços do tomate e da carne pela hora da morte. Outras pessoas envolvidas com seus problemas sentimentais, outras com drogas, outras com seus pais de santo. Algumas usam a ultima moda e não percebem um palmo abaixo do nariz. Eu disse abaixo do nariz!!! Especialmente outras, perdem poder que pensam estar exercendo.
Injustiças para todo lado e queixas e mais queixas. Não suporto queixas! Fico refletindo se sou como as baratas, de outrora, ou os musgos ou as bactérias de agora. Eu quero sobreviver em cima do lixo radioativo. Meus problemas me são menores ou sou indiferente, não sei ao certo. Sei que não tenho tempo para eles. Preciso trabalhar para sobreviver e preciso respirar para dar conta das decepções que teimam em me queimar a alma com frequência.
Assim, distorcendo a realidade, sob o feitiço das ilusões, escolho fechar os olhos, mudar de assunto, por o foco no que quero. O tempo,  preciso investi-lo em solução. Certamente o preço não é menor do que a desilusão quando vai se passando o efeito do feitiço. Acho que feitiço tem prazo de validade.
By Glaucia, set/2012

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