sábado, 27 de outubro de 2012

VIDA NOTURNA - BEM DIFERENTE DA BOITE AZUL




Dança do Acasalamento - Óleo sobre Tela 2006 - Claudio Dikson
E na vida real, na vida noturna, na hora do lazer e do prazer, o que se vê são grupos femininos e masculinos, que se estudam, se observam como grupos de feras que estudam uns aos outros antes de uma batalha.  Fiquei 7 horas observando, por uma obrigação de trabalho e o que vi foi isto. Danças sensuais, que imitam atos de intimidades entres seres humanos ou bichos, ou bicho homem, ou todos. Como se fosse uma dança do acasalamento. Embalados em bebida alcoolica e musica de qualidade duvidosa (ritmos únicos que alternam letras de conteúdo malicioso com letras de conteúdo malicioso). Relações humanas modernas, leves e descompromissadas? Relações legítimas? Relações humanas? Relações? Na Boite Azul, havia lamentos e ais, romantismo boêmio, desabafos e consciencia da infelicidade onde o homem (autor) buscava remédio para seus males de amor. Aqui, nesta boite, sofrer de amor é ridículo.
De repente como ao final de uma contagem regressiva, se atracam de forma desordenada, meio escandalosa para alguns parâmetros (não sou moralista nem apoio o donzelismo, mas uma dose de preliminares no lugar certo poderia fazer mais belo o contexto), como se não houvesse o compromisso nem consigo mesmo. Como se só existisse a necessidade do corpo, que provavelmente em anseio da alma, anseio confuso e corpo profanado, sob efeito das bebidas se balançam e se lambusam (estranho, eles não comem! Apenas bebidas em suas mesas!)
Assusta-me o papel das mulheres, as independentes, as fortes que na verdade parecem frágeis e delicadas, malditas pelos grupos de rapazes como produtos de feira, como carro usado no feirão do Serra Dourada. Enquanto exibem seu melhor banho e brilho, os olhos críticos dos possíveis pretendentes desnudam cada pequeno arranhão de sua lataria com o intento da melhor escolha.
É triste, mas não vi ou ouvi conversas, não vejo sorrisos. As meninas “plastificam” expressões montadas para deixar os lábios mais sensuais e o bumbum mais arrebitado e os rapazes levantam os ombros para parecerem mais bombados e fortes.
Pela madrugada, eles e elas, depois de terem trocado algumas vezes de pares vão para suas casas, sozinhos ou com seus grupos e/ou tribos talvez sonhem com um amanhã mais seguro e mais promissor. Não sei onde vamos parar! Só posso dizer que tenho medo pelo futuro de nossos filhos. By Glaucia

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