segunda-feira, 15 de outubro de 2012

EU, PANDORA E A NOSSA ESPERANÇA



Conta a lenda que a caixa de pandora continha todos os males da humanidade e no fundo, bem ao fundo, a esperança. Pandora foi orientada não abrir a caixa, mas em desobediência o fez. Liberou, portanto todos os males que ainda afligem hoje a humanidade. Menos a esperança que ficou no fundo da caixa. Mas deixou-nos a esperança?  A esperança de que tudo possa ser diferente.  Acalento todos os dias esta ideia como quem mantém uma chama acesa para não fenecer no escuro.
Já dizia Sartre, o homem está condenado a sua liberdade. Assim é, temos o livre arbítrio para escolher o caminho. Impossível não escolher, mesmo quando nos abstemos da escolha. Conhecer as sombras interiores e alcançar a esperança no fundo desta caixa é a possibilidade de fazer as melhores escolhas.
 Penso que quando não temos  percepção  própria, invariavelmente e de forma inconsciente concentramos dores, cores, amores,  em nossa  caixa, o que pode ser nossa ruína ou nossa salvação no amanhã. Ao longo do tempo o descuido pode destruir o bem (a esperança) que dorme ao fundo. Ou o cuidado pode destruir todo o mal que poderia existir.  Esta é uma escolha de Sartre e de homem comum.
Onde esta a senha, o login, a chave da Caixa de Pandora?  Preciso estar com a chave em punho e  abrir esta bendita  com frequência, como se fosse manutenção. Como limpeza da caixa d’água.  Preciso de água limpa de beber.
Água mansa que mata a sede ou a solidão de um poeta, que se completa só no tempo ou no vento,  que cerra seus  olhos com a certeza de navegar nas nuvens e sonhar  com o beijo da  terra distante.  O poeta, homem – ser que  crê na esperança do bem, bem no fundo da Caixa de Pandora reserva-se a eternidade. by glaucia

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