quinta-feira, 1 de novembro de 2012

DESAPEGO

A que nos apegamos? Cargos, títulos, Religião, crenças, pessoas... Ontem uma amiga me falou sobre sequestro do espírito. Reflito sobre o sequestro das emoções. O apego nos sequestra as emoções, com base em nossas próprias expectativas e principalmente com base no medo. O medo da morte de parte de nós mesmos que depositamos nos objetos de apego.


A que nos apegamos? Ao desejo de que tudo seja melhor, a sonhos, à vida, à sabedoria... Apegamos-nos ao nosso facebook, nossos blogs, nosso carro e nossa turma. E no final, somos mesmo insignificantes no mundo. Não controlamos o mundo, precisamos dele para viver. Não somos donos de nada. Foi tudo emprestado para que fizéssemos o melhor uso possível. Tudo é ilusão. Ilusão travestida de apego a objetos criados, inventados, idealizados. Por objeto entende-se pessoas, coisas e bichos e pessoas-bicho também. Sou apegada por demais à minha máquina de lavar. Ela representa uma fase da minha vida, onde comecei ter o meu próprio dinheiro e meus apegos mais sofisticados.
A que nos apegamos?  Impossível viver sem apego e viver com ele então são um martírio.  Apego faz parte de a dimensão ser gente, não sei se na dimensão ser humano. É que ser humano deveria ser capaz de raciocinar, decidir, liberar,  medir, recuar e se amar. Mas se é gente, como a gente ele se apega. Ser gente é bom demais! Ser gente é perder a cabeça, é jogar, manipular, dançar. Dançar na corda bamba ao som de um bom samba brasileiro.
Junto com os apegos costumam chegar também os conselhos que não pedimos, os livros de auto-ajuda, os tratamentos psicológicos, os espirituais... poções mágicas,  milagrosas... e há quem apele por banhos de ervas santas, mantras ou exercícios arriscados como pisar sobre brasas.
Ma enfim, a que nos apegamos? À ilusão do saber, a sede do controle, o desejo de felicidade que buscamos a qualquer preço esquecidos de nós, relegando ao segundo plano valores realmente importantes em nome de segurar o que temos na mão.
E assim caminhamos evolução acima ou abaixo, como cegos e  retirantes andando em círculos, atrás de destinos impossíveis. Caminhos que lavam a alma que soltam grilhões do espírito enquanto o aprisiona em outras naus. Viva o apego! E viva o jogo!By Pessoa Apegada Glaucia Ribeiro

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