A que nos apegamos? Cargos, títulos,
Religião, crenças, pessoas... Ontem uma amiga me falou sobre sequestro do espírito.
Reflito sobre o sequestro das emoções. O apego nos sequestra as emoções, com base
em nossas próprias expectativas e principalmente com base no medo. O medo da
morte de parte de nós mesmos que depositamos nos objetos de apego.
A que nos apegamos? Ao desejo de
que tudo seja melhor, a sonhos, à vida, à sabedoria... Apegamos-nos ao nosso
facebook, nossos blogs, nosso carro e nossa turma. E no final, somos mesmo
insignificantes no mundo. Não controlamos o mundo, precisamos dele para viver.
Não somos donos de nada. Foi tudo emprestado para que fizéssemos o melhor uso
possível. Tudo é ilusão. Ilusão travestida de apego a objetos criados,
inventados, idealizados. Por objeto entende-se pessoas, coisas e bichos e
pessoas-bicho também. Sou apegada por demais à minha máquina de lavar. Ela
representa uma fase da minha vida, onde comecei ter o meu próprio dinheiro e meus
apegos mais sofisticados.
A que nos apegamos? Impossível viver sem apego e viver com ele
então são um martírio. Apego faz parte de
a dimensão ser gente, não sei se na dimensão ser humano. É que ser humano
deveria ser capaz de raciocinar, decidir, liberar, medir, recuar e se amar. Mas se é gente, como
a gente ele se apega. Ser gente é bom demais! Ser gente é perder a cabeça, é
jogar, manipular, dançar. Dançar na corda bamba ao som de um bom samba
brasileiro.
Junto com os apegos costumam
chegar também os conselhos que não pedimos, os livros de auto-ajuda, os
tratamentos psicológicos, os espirituais... poções mágicas, milagrosas... e há quem apele por banhos de
ervas santas, mantras ou exercícios arriscados como pisar sobre brasas.
Ma enfim, a que nos apegamos? À ilusão
do saber, a sede do controle, o desejo de felicidade que buscamos a qualquer
preço esquecidos de nós, relegando ao segundo plano valores realmente
importantes em nome de segurar o que temos na mão.
E assim caminhamos evolução acima
ou abaixo, como cegos e retirantes
andando em círculos, atrás de destinos impossíveis. Caminhos que lavam a alma
que soltam grilhões do espírito enquanto o aprisiona em outras naus. Viva o
apego! E viva o jogo!By Pessoa Apegada Glaucia Ribeiro
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