Cão sem dono, doente e cansado, andarilho, sem casa, nem pouso. Dorme em qualquer lugar, come o que lhe dão. Envaidece-se pela
vadiagem que se confunde com liberdade. Lidera a matilha de cães perdidos e viciados.
Cão sem dono, acuado, medroso e covarde por um dia ter
sido maltratado por seu protetor. Seu corpo dói, se protege dos maus tratos. Tem a fome e
frio por companheiros mais justos e amistosos.
Dorme pelas calçadas, sarnento, sujo, com suas feridas
abertas e infeccionadas. Exala o cheiro da solidão podre e fere quem chega para
curá-las. Cruza com qualquer cadela que aparece, come qualquer alimento que lhe
jogam e segue sem rumo por terrenos baldios em busca de sustento.
Dizem que quando um cachorro aparece na sua porta ele está escolhendo um dono, mas conclui que isto é mito. Ele pode estar zombando de você. De sua hipócrita crença de que poderá dar-lhe melhor destino. Ele zomba de sua incapacidade moral de aceitar a sargeta por moradia. Ele ri de sua humanidade. Qual o destino do cão? Não há destino que não seja a morte
prematura e em retiro para o pobre cão mulambento. By GR
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