quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O TEMPO




Finge-se forte para sobreviver, para passar a turbulência, para que nunca tenham dela pena alguma. Inadmissível ainda que no  imaginário, alguém lhe dedique pena por suas quedas. Pavorosa possibilidade. Assim, se veste com a fantasia de guerreira, sobe no salto e faz pose. Se preciso se faz  agressiva e vai ao ataque.
Paga-se caro pela fantasia. Queria mesmo revelar sua sensibilidade, a alma de artista e algumas feridas causadas por amores esquizoides e admiráveis. Deseja se fazer carente, ter tempo para chorar viver a solidão.
Os dias estão difíceis, marrons, dias de turbulência. Tomara a sorte de águas calmas, de presente sem futuro e sem passado. O futuro sufoca, o passado entorpece. Não se faz viável nem um e nem noutro.
“O passado já é seu”. De onde vem lembranças de coisas boas que poderiam voltar. O futuro é uma paródia sobre a incerteza de não recuperar o passado.
O passado foi bem ontem, o futuro é longínquo, nunca chegará, só este presente turbulento. Talvez o futuro seja uma fraude. Quem sabe sorria a sorte de dormir  e acordar em paraíso, onde o verde é mais verde, o azul mais azul!  Lá não mal algum e não há futuro. Não existem lembranças do  passado. Apenas o sobrou dele. By G.R.

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