Finge-se forte para sobreviver,
para passar a turbulência, para que nunca tenham dela pena alguma. Inadmissível
ainda que no imaginário, alguém lhe
dedique pena por suas quedas. Pavorosa possibilidade. Assim, se veste com a
fantasia de guerreira, sobe no salto e faz pose. Se preciso se faz agressiva e vai ao ataque.
Paga-se caro pela fantasia.
Queria mesmo revelar sua sensibilidade, a alma de artista e algumas feridas
causadas por amores esquizoides e admiráveis. Deseja se fazer carente, ter
tempo para chorar viver a solidão.
Os dias estão difíceis, marrons,
dias de turbulência. Tomara a sorte de águas calmas, de presente sem futuro e
sem passado. O futuro sufoca, o passado entorpece. Não se faz viável nem um e
nem noutro.
“O passado já é seu”. De onde vem
lembranças de coisas boas que poderiam voltar. O futuro é uma paródia sobre a
incerteza de não recuperar o passado.
O
passado foi bem ontem, o futuro é longínquo, nunca chegará, só este presente
turbulento. Talvez o futuro seja uma fraude. Quem sabe sorria a sorte de dormir e acordar em paraíso, onde o verde é mais
verde, o azul mais azul! Lá não mal
algum e não há futuro. Não existem lembranças do passado. Apenas o sobrou dele. By G.R.
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