domingo, 10 de março de 2013

UMA JANELA AMARELA



Silêncio... 
Silencia toda uma alma. Ou duas. Ou seis? 
Ouçamos o canto da noite, o uivo do vento, a movimentação dos seres invisíveis na mata negra!
Criaturas divinas celebram a vida
Vultos transformam-se em sombras gigantes  cobrindo toda a floresta, nua, crua e imensa 
(nú, cru, mágico!)
Depois o desfazer-se no brilho de pequeninas estrelas famintas de luz.
No interior, o calor. 
Sensações, cheiros e emoções extra-humanas exalando  vida. 
Primeiro o cheiro ácido do vegetal, depois o cheiro doce animal.
De repente, o verde rasga o céu cega  os olhos e idem as lentes de minha câmera, que se recusa profanar o santuário. 
Pequenos róseos, amarelos, vermelhos dançam como  falenas coloridas diante do sol.
Camada branca de orvalho banha-me os pés. 
Pássaros me dominam o espírito com seus cantos e assobios em sinfonia.   
Os cães se refestelam ao sol (e eu)
Eu! Choro baixinho com olhos postos em uma janela amarela.
por glaucia ribeiro em 10 de março de 2013

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