sexta-feira, 26 de agosto de 2016

AH! A DIVERSIDADE

Como é possível viver alheio à diversidade quando somos a própria?

Em um país caracterizado pelas nuances de todas as cores, pelo balanço de berços de tantos povos, pela educação de tantas dores, só podia ser rico em diversidade e isto é bom.

No entanto, olhando de perto, as rugas são bem mais profundas. Os sulcos revelam um povo que tem suas origens em mão de obra escrava, que poderia bem se identificar com a luta pela liberdade, pelo direito de ser diferente ao invés de se por no lugar do algoz explorador em seus julgamentos, exclusões e intolerância.

Este post é para falar de intolerância e aí vai.

Ontem, em nossa aula de pós-graduação em Administração de Empresas (FGV), em que sou Professora Executiva de Gestão de Pessoas, meu coordenador/professor autor (Hélio Arthur) abordou um assunto muito tocante. Ele lembrou que em nossa sociedade falamos em tolerância com frequência para nos referirmos à aceitação do diferente.

Vamos olhar para o significado de tolerância? Por que alguém deve tolerar outro alguém? Este vocábulo esconde impresso o preconceito e arrogância de quem se julga melhor. Não precisamos nem devemos tolerar alguém diferente de nós e sim respeitar. Este é mais um vocábulo cheio de mistérios. Dizem que só podemos respeitar se formos respeitados, pois é o único caminho para se aprender sobre esta consciência sem sinônimos.

Para respeitar o outro, primeiro perceba o outro em você. Somos sempre o outro dos outros e esta é, possivelmente, a única regra do jogo. Creio na possibilidade de um mundo melhor quando olhamos para dentro de nós mesmos com a coragem de enxergar os próprios preconceitos e as próprias deficiências.

É preciso ter peito aberto para isto, pois significa sair de um lugar confortável e ilusório de que possuímos a verdade. Narcisismo? Sobre narcisismo já falamos em algum post atrás sobre reciprocidade (http://www.glauciaribeiro.com.br/search?q=narciso). É "Narciso acha feio o que não é espelho" diz o poeta.

Moral da história (tem sempre pelo menos uma): Olhe, perceba, reconheça e acolha a própria diferença se quiser realmente ser gestor de pessoas. O mundo certamente será melhor com você no leme se puder se permitir quebrar a maldição do preconceito em si, em nós. Esta lição meus alunos já entendem.

Viva a diversidade!

Glaucia Ribeiro

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