Tenho
visto e acompanhando ao longo de minha carreira a ansiedade de muitos profissionais que vivem em guerra com as
agruras do exercício profissional. Tudo se inicia com um desconforto em relação
a valores e princípios que vai evoluindo para desadaptação, insatisfação e
estresse. Em meio a tudo isto vai surgindo um desejo de se fazer outra coisa ou
a mesma coisa de outro jeito.
Se
o profissional fica nesta condição por longos períodos de tempo tende a perder
motivação e produtividade além do risco
de desorganização do próprio sistema prático de trabalho e de saúde geral, o
que explica muitas das doenças psicossomáticas relacionadas ao trabalho. O
mercado indica que a maioria dos afastamentos do trabalho se dão por doenças
relacionadas ao estresse.
Pode
um veterinário descobrir, no auge dos seus 37 anos, de seu exercício técnico
irrepreensível que deseja trabalhar com desenvolvimento humano? Sim. O desejo
surge e vai crescendo como uma ideia louca e improvável.
É
possível uma executiva, engenheira se descobrir fazendo cursos e pequenos
trabalhos de decoradora e isto crescendo sem controle ir mudando seu lugar no
mundo.
Quanto
mais consciência desta circunstância
mais facilmente a pessoa vai cedendo e descobrindo novos jeitos de atuar e de
repente sente seu coração vibrar. Este desafio é tão belo e estimulante quanto
assustador para quem o vivencia.
Minha
recomendação aos clientes tem sido sobre a
importância de se olhar para sua atuação
profisional. O olhar para dentro é a única possibilidade de se lidar com
escolhas antigas e com novas decisões.
Perceber que talvez suas posições idealistas, ou talvez humanistas,
podem ser atípicas neste ambiente
organizacional. Notar que talvez sua ânsia por uma condução mais
assertiva pode ser irrealizável neste contexto. As circunstâncias variam
bastantes de caso a caso.
Isto
é uma construção, não deve ser feito às pressas. Precisa sim ser uma observação
profunda, delicada e paciente com
espírito aberto para identificar o que realmente se quer de maneira
consistente.
O
fato é que tudo queremos consistente em
nossa vida precisa vir da serenidade para ouvir nosso coração. Sabemos que
estamos no caminho quando pudermos perceber que o peito vibra apesar dos
desconfortos iniciais. Temos certeza que estamos em nosso lugar profissional
quando concluímos que faríamos isto gratuitamente para sempre.
O
fundamental é olhar para si e avaliar o que pode ser adaptado se é possível
ceder ou mudar. Fica a grande perguntas: Como olhar para si? Este é um
exercício desafiador pra muitos profissionais. Olhar para si é um prática de
silêncio. É um pensar em nada enquanto dá um tempo para seu próprio sistema se
organizar. É extremamente eficaz, basta ver que muitos saem de férias e quando
voltam, vêm com mudanças e decisões diferenciadas. Um pouco de tempo para si
neste mundo moderno pode ser a chave.
Glaucia
Ribeiro
Maio/2015
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